No nada me sinto, flutuando
Entre o finito e o infinito
Subitamente...
Serás tu?
Abro os olhos e vejo-te: muda, bela e imperfeita
Quero sentir-te... estás tão perto...
Lentamente, as nossas cabeças encontram-se
O calor da tu respiração invade-me
Passo as mãos pelo teu corpo esguio e sereno
Quente, cada vez mais quente!
Todos os sentidos se misturam, condensando-se num só
Os lábios, instintivamente, aproximam-se
Mas...
Vais ficando cada vez menos densa, menos real, menos quente
O teu corpo vai preenchendo o infinito, porém, estranhamente, o finito continua vazio
E esta névoa em que te transformaste envolve-me suavemente
Fecho os olhos
Já não te sinto, só sinto...
Frio